quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Prefeito reassume cargo e diz que afastamento prejudicou administração

O prefeito de Leme, Wagner Ricardo Antunes Filho (DEM), o Wagão, reassumiu o cargo nesta terça-feira (20), após obter uma liminar na Justiça. Segundo ele, os dois dias úteis afastado prejudicaram o trabalho na administração.
 
Wagão estava afastado desde quinta-feira (15) e teria que deixar a prefeitura durante sete meses dias ou até o fim do inquérito que investiga um esquema de desvio de R$ 961,2 mil e fornecimento de remédios com finalidade eleitoral.

 
Na ocasião, a juíza Camila Ferrari Arcaro entendeu que, enquanto estivesse no cargo, ele poderia atrapalhar as investigações.
 
A defesa conseguiu derrubar a liminar argumentando que não havia provas de que Wagão estava interferindo na apuração. “O próprio despacho do judiciário dizia: ‘ele poderá destruir provas, ele poderá prejudicar a investigação’. Então o próprio despacho já reconhece que não existe provas”, disse.
 
Segundo o juiz Vicente de Abreu Amadei, não há nada que atrapalhe as investigações do Ministério Público.
 
Prejuízos 
Wagão lamentou o afastamento e disse que isso prejudicou a administração. “Foram dois dias que teremos que recuperar e dar andamento até o final do ano. Fechamento de balanço, que no final do ano toda a prefeitura tem”, disse.
Os secretários que pediram demissão na sexta-feira (17), quando o vice-prefeito Gustavo Faggion assumiu o cargo, voltaram aos cargos.
O chefe do setor de compras da prefeitura, Pedro Doniseti Benedito, que continua afastado, não foi encontrado para comentar a denúncia.
 
Bloqueio de bens
No início do mês, o Ministério Público obteve uma liminar da Justiça que bloqueia os bens do prefeito, de três secretários municipais, de cinco vereadores, de funcionários públicos e comerciantes do município, que estariam envolvidos.
Na ação, os promotores pedem o afastamento do prefeito e a condenação de todos os envolvidos e o ressarcimento da verba desviada.

O caso
De acordo com uma investigação do Ministério Público, o esquema, acontecia desde 2008. Em uma operação da Polícia Militar e de cinco promotores no dia 26 de agosto, foram apreendidos documentos que mostram que o esquema funcionava através de anotações de pedidos, algumas com a assinatura do prefeito Wagner Ricardo Antunes Filho.
"Quando a soma do valor desses produtos chegava perto do R$ 8 mil, valor que permite a dispensa de licitação, o supermercado informava a prefeitura e se fazia uma requisição falsa de cestas básicas, produtos de limpeza. Dessa maneira se esquentava a compra", disse na ocasião o promotor de Justiça Daniel Serra Azul.
Algumas compras incluíam caixas de baralho, camisas e remédios. Em um dos boletos, estava a compra de carnes para churrasco, com um valor de R$ 339, e que seriam supostamente encaminhadas para o setor de saúde.

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