sábado, 27 de agosto de 2011

Em Leme - carne, roupas e baralho foram comprados com dinheiro público, diz MP

Promotoria diz que valor desviado chega a R$ 1 milhão; notas emitidas por lojas eram falsificadas. O advogado do prefeito, Edmilson Barbato, disse que tudo foi feito dentro da lei.


Carne para churrasco, roupas, remédios e caixas de baralho estão entre os produtos comprados com dinheiro desviado da Prefeitura de Leme, de acordo com uma investigação do Ministério Público (MP). O esquema, que acontecia desde 2008, já custou R$ 1 milhão aos cofres públicos. 
Uma operação da Polícia Militar e de cinco promotores, realizada nesta sexta-feira (26), cumpriu cinco mandados de busca e apreensão na cidade. O MP investiga o desvio de verbas para fins particulares, como festas e eventos pessoais. O esquema envolve prefeitura, três supermercados e lojas.
Durante a operação, a Prefeitura de Leme ficou fechada. Documentos apreendidos na operação mostram que o esquema funcionava através de anotações de pedidos, algumas com a assinatura do prefeito Wagner Ricardo Antunes Filho. "Quando a soma do valor desses produtos chegava perto do R$ 8 mil, valor que permite a dispensa de licitação, o supermercado informava a prefeitura e se fazia uma requisição falsa de cestas básicas, produtos de limpeza. Dessa maneira se esquentava a compra", disse o promotor de Justiça Daniel Serra Azul.
Algumas compras incluíam caixas de baralho, camisas, e remédios. Em um dos boletos, estava a compra de carnes para churrasco, com um valor de R$ 339,00 e que seriam supostamente encaminhadas para o setor de saúde. 
Durante a operação, o dono de um mercado foi preso por desacato à autoridade, mas depois liberado. Ainda foram aprendidos computadores dos estabelecimentos e da própria prefeitura. As investigações do MP mostram que o esquema funcionava desde 2008. Para o promotor de Justiça, os documentos apreendidos na operação não deixam dúvidas das irregularidades. "Caracteriza certamente improbidade administrativa, enriquecimento ilícito, prejuízo ao patrimônio público e pode caracterizar crime e isso será encaminhado ao setor próprio da Procuradoria Geral de Justiça. Provavelmente nos próximos dias, o MP vai ajuizar as ações pertinentes", disse o promotor.

Outro lado
 
O advogado do prefeito, Edmilson Barbato, negou as irregularidades. "São compras realizadas legalmente. O que foi preciso fazer de processo licitatório foi feito. Isso é uma soma de todas as compras de dois anos, devidamente comprovadas com notas e que passaram inclusive pelo Tribunal de Contas", explicou.

Fonte: EPTV

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