sábado, 27 de agosto de 2011

Protesto na inauguração da Rodoviária termina em agressão em Leme

Empunhando um cartaz onde se lia “Dr. Hélio também fez rodô nova!”, jovem comparou a situação de Leme com a realidade de Campinas, onde o prefeito foi cassado por acusações de corrupção.


A inauguração da nova rodoviária, ocorrida no último sábado (15), tinha tudo para ser tranquila. Prestigiada por uma pequena multidão, composta especialmente por secretários municipais, assessores, vereadores, simpatizantes da administração municipal e familiares do homenageado que da nome ao novo prédio público, a cerimônia tinha um clima festivo.
Porém, no momento em que o secretário de Comunicação Social, Edjalma Gonçalves, fazia as honras do cerimonial e, pouco depois, no momento em que o prefeito Wagner Ricardo Antunes Filho iniciava seu discurso, o protesto de um jovem solitário, incrustado no meio da multidão, chamou a atenção dos presentes.
No cartaz que carregava (mesma estratégia de manifestação utilizada pelo mesmo jovem recentemente, em protesto na Câmara Municipal) se lia "Dr. Hélio também fez rodô nova!". A atitude era uma clara alusão ao caso do prefeito de Campinas, recentemente cassado pela Câmara daquela cidade, a partir de forte pressão popular, por denúncias de corrupção. O paralelo, da mesma forma, era obvio — o grande número de Ações Civis Públicas enfrentadas na Justiça pela atual administração municipal não deixa margem para confusão quanto ao sentido da referência.
No momento em que levantou seu protesto pela primeira vez, o jovem teria sido cordialmente abordado por um policial militar, que estava ao seu lado, sobre qual era o sentido daquela manifestação silenciosa e pacifica. Após a resposta, o PM se limitou a dizer, no melhor espírito democrático, que o rapaz poderia se manifestar, desde que o fizesse sem “causar tumulto". Porém, o tumulto estava para vir até ele.
Na segunda vez que levantou seu cartaz, o manifestante foi abordado por um senhor (que não soube identificar), que arrancou a cartolina de suas mãos, desferindo-lhe forte chute na canela direita. Numa reação quase automática, o protesto silencioso contra a administração municipal se transformou numa indignação sonora contra a violência recebida.
Nesse momento, guardas civis municipais, que já o haviam cercado, se encarregaram de retirá-lo do meio do pequeno tumulto que havia se formado. Porém, nada foi feito quanto ao agressor — nenhum esforço de identificação.
Sem apoio das autoridades presentes, o jovem se encaminhou ao Plantão de Polícia Civil, onde elaborou um Boletim de Ocorrência (BO). Na descrição do BO, feita pelo policial civil que colheu o depoimento do rapaz, os possíveis desdobramentos do caso: "Guardas Municipais estavam ao lado do declarante e mencionaram que o agressor foi político nesta cidade. Não sabe declinar o nome do agressor, mas tem condições de identificá-lo por fotos ou pessoalmente. A vítima foi encaminhada a exame de corpo de delito e irá ao hospital por meios próprios. A vítima foi orientada quanto ao prazo de seis meses e a necessidade de representação para a propositura da ação penal".
Ainda sem identificação de seu agressor, o manifestante afirmou ao Repórter Leme que, além de fazer um paralelo entre Leme e Campinas, sua intenção foi mostrar que aquela imagem de unanimidade popular em torno da administração municipal não é totalmente verdadeira. "E também mostrar que existem eleitores insatisfeitos. Tem gente fiscalizando, seja da minha forma ou de outras, suas atividades (do prefeito) como homem público", afirmou.
 
Fonte: Jornal Repórter Leme - edição de 27AGO11

Fonte: www.portallemenews.com.br

Nenhum comentário: